terça-feira, 5 de maio de 2009

Toda Guitarra é uma célula revolucionária...



Para explicar o Logo, a ideia, a inspiração para as músicas, muitas das vezes, ou pro simples fato de continuar fazendo-as:

Sinto, tanta falta da criatividade, e da ácidez por traz da música...Óbvio, que puxo saco para a guitarra, mas toda música é uma célula revolucionária. Pensa comigo, se você vê um espaço que é mal utilizado, e você acha que tem ideias melhores e que poderiam contribuir muito mais do que mero lixo visual, ou sonoro. Isso não te dá nos nervos?

Mas, do que adianta falar se você não faz nada? A industria fonográfica, não procura por isso, mas as pessoas por vezes sim! E no fundo muitas vezes, pra continuar precisamos querer algo mais do que chorar por amores perdidos, precisamos querer mudar alguma coisa. Nem que seja em nós mesmos. Ao menos, tente ser capaz de poder pegar os espaços que lhe forem possíveis, pra fazer música, lembra que talvez alguém compartilhe de suas ideias! 

Não fique parado!

Medo de Samba?

Aqui vai algumas simples razões para um guitarrista temer o Samba Brasileiro: 1º- A quebradeira; Porque guitarristas parecem ter um enorme problema de rítimo. Adimito que todos nós precisamos praticar rítimo, e que isso esta muito longe de ser algo que flui naturalmente. 2º Opiniões alheias; Aqueles que dizem que não somos mais os ''mesmos'' parecem nos atingir no meio do estômago. 3º- Tira esse driver rapaz! Sem saturação (Distorção) fica tudo mais difícil, não fica? 4º- Rítimo! Ah, é...Eu já tinha mencionado...Mas, ei é problemático ao quadrado não é?

Temos que adimitir, não vivemos nos país do Soul, do Blues, nem do Rock. Vivemos no país do Samba. Eu adimito sou tradicional com certas coisas, por exemplo: Soul em português, pra mim, é como Samba em cantonês, (Como diria meu amigo Claudio Passamani). Portanto, não se metam no meu Soul, e nem coloque o dedo no Samba, se não for pra fazer direito! O que eu quero dizer, é que na música vale tudo, todavia Samba sem rítimo, não é Samba. Se formos começar algo assim, que seja pra valer. E afinal, porque um fritador ao velho estilo Malmsteen, se atreveria a Sambar?

Bom, responder isso é simples. Não precisa Sambar, certo? O esquema é fazer alguém Sambar. Aprender todo esse rítimo, praticar todo esse Excesso de ''squiriguidum'', significa não somente aprender algo sobre identidade musical de uma determinada cultura, mas também adicionar em você algo que pode lhe ajudar a vencer velhos obstáculos. O Samba, não tem somente rítimo, tem boas convenções musicais, além de explorar uma grande quantidade de diferentes qualidades de harmonia. Em poucas palavras, te ensina a tirar aquele nó dos dedos, de quando você toca muitos acordes em um curto espaço de tempo. Te faz olhar pra guitarra e notar o quão pode te ajudar mexer o dedão que a natureza te deu, pra dar rítimo nas notas Baixo. Lembra que polegares opositores foram feitos pela natureza em processo de seleção natural, porque seres com rítimo sobrevivem muito mais fácilmente ao meio, segundo cientistas desocupados da Vila Isabel. E depois, o acervo é grande, temos fácil acesso a ele. Nesse sentido, passamos na frente dos gringos. E acredite, muitos deles estudam nosso Samba pra desenvolver suas próprias ideias de forma ''não usual'', quer dizer o Samba pra eles é World Music, pra gente é cotidiano. Sim, isso faz a diferença no mundo da criatividade. De fora, a fora, nós aprendemos Jazz não é? Vivemos encontrando com ele, e o consideramos algo legal, por ser erudito, tiramos onda: ''Olha essa convenção de jazz que sei fazer!''. Porque não estudar o Samba? Olha o preconceito rapaz!

Todo guitarrista desdenha, mas todos, no fundo, sabem, difícil mesmo é quebrar a droga música. Afinal, já tentou fazer um squidum?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O cara da praça XV...

Já não é de hoje que mantenho uma relação estreita com essa parte do Rio. Tem gente que gosta da noite na Lapa, outros preferem a badalação do Leblon. Eu pareço interminavelmente preso a Praça XV. Quer, dizer, não vejo isso como ruim...

A primeira vez que saltei na Praça XV, tinha que encontrar uns caras pra montar uma banda, e me sentia uma formiga, olhava a volta e não via nada, absolutamente nada de familiar. Mas, foi nesse dia que vi pela primeira vez o cara que tocava blues na saída das barcas. Eu tinha que encontrar os tais caras, mas a verdade é que podia ser em qualquer canto da Praça VX, eu tinha apenas que esperar. Fiquei horas, ouvindo e vendo, um cara com seus 48 ou 50 anos, tocar uma velha Fender creme plugada num Fender Twin como se fosse morrer a qualquer momento. Ele tinha um som com um cd backing track ligado, e uma estantezinha com seus CDs a venda. Eu não tinha grana no bolso... Mas, me repeti, algumas vezes dentro de mim, que se tornasse a vê-lo compraria seu CD! O que eu mais achava legal de tudo aquilo, é que ele não tinha público, ele tocava pra ele mesmo. Para outras pessoas, aquilo era parte da trilha sonora da Praça XV, similar aos gritos, falatório, batidas de carro e alto falantes das barcas. Mas, pra mim aquilo era mais que música. Uma guitarra no colo, um chapél no chão e um semblante abatido de só quem vive de música no brasil pode ter... aquele semblante de que as contas estão vencendo e o dinheiro não esta entrando. Mais do que isso, semblante de quem já perdeu alguns amores na vida, semblante de quem já abandonou alguém e foi abandonado por si mesmo. Ele não precisava dizer : ''É difícil ser músico...'' , ou ''Nasci no país do samba, meu blues não serve aqui....''. As pessoas diziam isso por ele, sem palavras, com gestos como ajeitar o cabelo, falar ao celular, chamar um táxi, sem sequer olhar pro velho guitarrista. O mais irônico é que ele tocava uma música que falava disso, de quão dispersas as pessoas passavam por ele, era uma das faixas de seu CD, na verdade. Vai ver essa é a forma original da música, poder fazê-la em qualquer lugar, a qualquer hora, com ou sem público. Eu tornei a vê-lo no metrô, na Carioca, Na central... Achava que a próxima vez que passasse por ele, compraria o tal CD, mas nunca comprei. Não sei quando o verei de novo, mas ei de comprar...