segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Manutenção da Guitarra: Limpesa, lubrificação e troca de cordas Parte II





Resultado final do polimento e lubrificação. Sem muito a adicionar. Até a próxima!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Manutenção da Guitarra: Limpesa, lubrificação e troca de cordas Parte I





Seguem as imagens da manutenção simples, necessária, de minha guitarra. Modéstia parte, fiz um ótimo trabalho. As anotações mentais são as seguintes:

1º- É correto afirmar que deve-se trocar uma corda de cada vez na intenção de manter a afinação e regulagem feitas pelo Luthier em determinada ocasião. Todavia, é insustentável jamais retirar todas as cordas da guitarra. Porque afinal um processo de lubrificação, necessário, completo, apenas pode ser feito retirando todas as cordas.

2º Existe uma onda legal tocar sua guitarra marcada de dedos no braço, mostra ação do tempo, é como cicatriz de guerra, há quem goste. Não tiro os méritos, mas da mesma forma que demonstra a ação do tempo, também acelera processos de envelhecimento do instrumento. Pode ser bacana ter um instrumento antigo, mas se você acelera esse processo corre o risco de ter problemas. Além disso o braço merece e precisa de polimento. Sem tirar todas as cordas, isso também é impossível.

Dessa forma concluí que deve-se trocar as cordas uma por uma, todavia de tempos em tempos deve-se retira-las todas, lubrificar completamente, e retirar os acúmulos do tempo dos mecanismos da guitarra. O ponto delicado da lubrificação é sempre que a ponte perde o brilho assim como as tarraxas e travas. O braço parece áspero e o corpo fosco e manchado. Se chegou a esse ponto é necessário uma minuciosa manutenção. Inclusive na parte elétrica, pois é com esse processo que se elimina grande parte dos ruídos e interferências no corpo da sua guitarra.

Gostaria de ter tirado fotos do 'antes', para comparar com o 'depois'. Vou ficar na vontade.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ouvi por aí... (Parte IV)

BlackBerry Smoke

Charlie Starr, Guitarra e vozes. Richard Turner, Baixo e Vozes. Brit Turner, Bateria. Paul  Jackson, Guitarra e Vozes. Tentei pesquisar a data de formação da banda, mas o próprio site oficial não fornece tal informação. Dizendo apenas que a banda esta na estrada há um bom tempo. Também queria saber particularmente sobre lugar de origem da banda, me parece que seja Nashville. Por cruzamento de informações, o nome Nasville aparece em muitas referências. E cá entre nós, Nashville é o novo paraíso da guitarra. Digo isso porque a Califórnia foi nos final dos anos 70 e começo dos 80. Eis que Nashville produz toneladas de músicos incríveis.

O motivo de meu interesse particular pelo lugar de origem é porque creio que isso influencie no som de determinados grupos musicais, de forma imperativa. Mas, sobre tudo porque tenho me empolgado muito com bandas originárias do Sul dos Estados Unidos. Quero dizer, as vezes me parece que eles não foram afetados por música ruim, e que além disso existe uma espécie de movimento fluente de encontro as origens musicais. Quero dizer que tenho visto muitas bandas originárias do Sul com a busca pelas suas origens. E isso é uma das coisas que mais me atrai na música, as raízes.

Essa é uma dessas bandas fantásticas, que não ignoram o mercado, porque seria, de fato, impossível. Além de abrir a guarda para a boa música que possa vir influenciar. De fato, são bem ecléticos em seus momentos de laser , escutam de tudo e isso percebe-se pelo aspecto profissional. Quando escutamos esta banda, pensamos: ''Essa é uma banda com influencias enraizadíssimas, mas que abrem a guarda pra ideias novas.''. Ao contrario de seus colégas Southerns que caminham em direção ao Rock, esses caras resolveram fazer o inverso, fundar raízes no Country, mesmo tendo uma mão ''pesadinha'' pro gosto dos cowboys. A própria banda garante uma coisa, que não tem nenhum medo de afirmar que são uma banda de Southern. E se quiserem chamar de caipiras, que chamem. MERMÃO, to começando a crer que pra tocar guitarra como gente grande, ou você põe um chapéu e canta como se tivesse um ovo na boca. Ou você morre, e nasce negro. Só essa gente sabe tocar guitarra de verdade.

Aqui entre nós. Puta sotaque bom! 

Site oficial: http://blackberrysmoke.com

Saiba mais: http://www.lastfm.com.br/music/BlackBerry+Smoke

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ouvi por aí... (Parte III)

Ana Cañas

Ana Cañas é paulista tem 27 anos. E grande parte dos sites especializados descrevem-na como uma nova promessa da música. Acho válido dizer que essa pertence a nova safra (Muito boa safra, por sinal.) da música no Brasil. Mas, essa coisa de promessa, acaba abafando o valor real da música que ela tem pra mostrar. Entenda, que essa safra vem nascendo da Mpb. E não que eu não goste de Mpb, muito pelo contrário ô cê gosto.  Mas, é louvável perceber que as raízes musicais dessa moça vai além da Mpb. Quero dizer, essa coisa que ela tem com o folker vai muito além da Música Popular Brasileira, todavia ao mesmo tempo não é paralelo. É um seguimento muito dela que não tenho visto por aí. Existe algo de muito cultural em suas letras e como isso é encantador. Não sei quantos aos preconceitos alheios com relação a identidade religiosa brasileira, mas eu não tenho nenhum, e me sinto encantado com as relações. Entenda que chamei de ''Identidade Religiosa Brasileira'', aquilo que não sei como descrever própriamente. Umbanda, talvez? 

A questão não é essa, a questão é que tal identidade cultural, te leva ao mundo dela. Escutar música dessa moça é se tornar passivo de ir aonde ela quiser te levar. Irreverência e acidez, influencias de folk, mardigrass e jazz. Fora a boa e velha Mpb. Acho desnecessário tecer qualquer comentário sobre sua voz. Ouça e entenda o porquê.

Site oficial: http://www.anacanas.com/

Saiba Mais: http://www.lastfm.com.br/music/Ana+Cañas

Ouvi por aí... (Parte II)

Rose Hill Drive

Formado em 2000 em Boulder, Colorado.

Essa é uma banda Americana, formada pelos irmão Jacob Sproul (Baixo e vozes) e Daniel Sproul (Guitarra e vozes), e Nathan Barnes, um amigo de colégio (Bateria).  Entendem que essa é particularidade do som deles? Eles são irmãos e amigos, e resolveram colocar uma banda pra funcionar, que claramente funcionou e muito bem! Como é o som deles? Eu odeio descrever coisas por rótulos, vou por assim: 

Imagine um som de ''Power Trio'' com todas aquelas características de ausência de exageros, como camadas e mais camadas de guitarras, solos em camadas e harmonizações diferentes. Não é por aí! É um som, mais enxuto, como uma banda de garagem. Mas, a diferença aqui pra uma banda de garagem é que em vez de guitarras e baixos sempre cadenciados, e baterias no bom e velho 4 x 4. Esses caras preferiram abusar da origem do Rock, resgatando coisas do arco da velha, Riffs bem postados e bocado de boas ideias, e muita... MAS, muita vontade de tocar.

Eu não disse que não havia solos de guitarra certo? Eu disse que não haviam milhares de camadas, aqui eles usam as raízes fantasticamente. Então você pensa: ''Se eles usam o clássico, porque é tão interessante e tão novo?''. 

É a identidade deles que fica evidente no trabalho, que torna tudo tão interessante aliado a imensa vontade de fazer música que encanta. Escutamos e irresistívelmente pensamos: '' Se alguém matou o Rock´n Roll, ele acaba de renascer.''.

Saiba mais: http://en.wikipedia.org/wiki/Rose_Hill_Drive

Saiba mais ainda: http://www.lastfm.com.br/music/Rose+Hill+Drive

Ouvi por aí...

Keziah Jones

Olufemi Sanyaolu, nascido em 10 de Janeiro de 1968 em Lagos na nigéria.

Não foi por acaso que ouvi esse cara por aí. Eu procurava por coisas muito específicas no Lastfm, quando esbarrei com a música desse violonista. O que ele faz? Você deve se perguntar.

Ultimamente eu não tenho procurado por caras que se encontram perfeitamente enquadrados dentro de um determinado estilo musical, tenho procurado por sujeitos que apesar de inevitávelmente se utilizarem de determinados rótulos, são capazes de ir além disso e fazer música menos limitada, arriscaria a dizer única. Essa questão de música ''única'' é uma coisa que dá muito pano pra manga eu sei, discute-se não de hoje que tudo já foi feito na música. Mas, isso pra mim, não é tão importante. O fundamental é o encantamento com a coisa em si.

Sem mais rodeios, ele faz algo que ele mesmo chama de ''blufunk'', ele diz ser uma fusão entre dois estilos que são basicamente parentes. Todavia, é pouco dizer que ele faz ''blufunk'', porque vai muito além disso. Suas influencias de músicas populares africanas não foram reprimidas em seu trabalho. Além de ter um pé no experimental e um estilo só dele de tocar violão, através de Slaps, mesma técnica utilizada por contra-baixistas. A proximidade da essência de suas músicas ao trabalho do saudoso Hendrix é encantadoraEncantador também são alguns detalhes sobre sua história, que começa com algo bem diferente do que costumamos ver por aí, ele é filho do chefe de sua tribo que também é um bem sucedido industrial. E foi no meio tribal que teve seus primeiros contatos com a música, sendo exatamente isso que me atraiu. Alguém influenciado por Jimi Hendrix, que surgiu de uma tribo Nigeriana? Sem dúvida interessante.

Saiba mais: http://en.wikipedia.org/wiki/Keziah_Jones

No Lastfm: http://www.lastfm.com.br/music/Keziah+Jones

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vem aí o 1º Festival Regional da Canção! Abrangindo os municípios de Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Silva Jardim. O trabalho é proposto pela Coordenadoria Regional da Educação, Serrana V, tendo como proposta base a aproximação dos alunos da rede estadual de sua cultura musical local.

 Sendo assim, uma comissão organizadora foi formada, afim de preparar o evento. Gostaria de desejar boa sorte para os amigos que compõe esse grupo, afim de fazermos um bom evento. Porque, afinal, acredito que essa galerinha da rede de educação precisa ter algum tipo de contato com a música, uma vez que nem toda ''música'' que lhes chega aos ouvidos é necessariamente construtiva. Por se tratar de um festival, onde as músicas serão eles quem irão compor e apresentar, valeria a pena ficar de olhos, ou ouvidos a postos. Afinal, é assim que se identificará o total de carência musical que eles podem apresentar. 

 Pra mim, seria o mesmo que perguntar: ''E aí o que você ouve?''. - A resposta é importante. - 

Gostaria de saber se alguém prestará atenção à resposta. E principalmente, dependendo do teor da mesma, alguém fará algo a respeito?

Blog do evento:  Fec 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

Toda Guitarra é uma célula revolucionária...



Para explicar o Logo, a ideia, a inspiração para as músicas, muitas das vezes, ou pro simples fato de continuar fazendo-as:

Sinto, tanta falta da criatividade, e da ácidez por traz da música...Óbvio, que puxo saco para a guitarra, mas toda música é uma célula revolucionária. Pensa comigo, se você vê um espaço que é mal utilizado, e você acha que tem ideias melhores e que poderiam contribuir muito mais do que mero lixo visual, ou sonoro. Isso não te dá nos nervos?

Mas, do que adianta falar se você não faz nada? A industria fonográfica, não procura por isso, mas as pessoas por vezes sim! E no fundo muitas vezes, pra continuar precisamos querer algo mais do que chorar por amores perdidos, precisamos querer mudar alguma coisa. Nem que seja em nós mesmos. Ao menos, tente ser capaz de poder pegar os espaços que lhe forem possíveis, pra fazer música, lembra que talvez alguém compartilhe de suas ideias! 

Não fique parado!

Medo de Samba?

Aqui vai algumas simples razões para um guitarrista temer o Samba Brasileiro: 1º- A quebradeira; Porque guitarristas parecem ter um enorme problema de rítimo. Adimito que todos nós precisamos praticar rítimo, e que isso esta muito longe de ser algo que flui naturalmente. 2º Opiniões alheias; Aqueles que dizem que não somos mais os ''mesmos'' parecem nos atingir no meio do estômago. 3º- Tira esse driver rapaz! Sem saturação (Distorção) fica tudo mais difícil, não fica? 4º- Rítimo! Ah, é...Eu já tinha mencionado...Mas, ei é problemático ao quadrado não é?

Temos que adimitir, não vivemos nos país do Soul, do Blues, nem do Rock. Vivemos no país do Samba. Eu adimito sou tradicional com certas coisas, por exemplo: Soul em português, pra mim, é como Samba em cantonês, (Como diria meu amigo Claudio Passamani). Portanto, não se metam no meu Soul, e nem coloque o dedo no Samba, se não for pra fazer direito! O que eu quero dizer, é que na música vale tudo, todavia Samba sem rítimo, não é Samba. Se formos começar algo assim, que seja pra valer. E afinal, porque um fritador ao velho estilo Malmsteen, se atreveria a Sambar?

Bom, responder isso é simples. Não precisa Sambar, certo? O esquema é fazer alguém Sambar. Aprender todo esse rítimo, praticar todo esse Excesso de ''squiriguidum'', significa não somente aprender algo sobre identidade musical de uma determinada cultura, mas também adicionar em você algo que pode lhe ajudar a vencer velhos obstáculos. O Samba, não tem somente rítimo, tem boas convenções musicais, além de explorar uma grande quantidade de diferentes qualidades de harmonia. Em poucas palavras, te ensina a tirar aquele nó dos dedos, de quando você toca muitos acordes em um curto espaço de tempo. Te faz olhar pra guitarra e notar o quão pode te ajudar mexer o dedão que a natureza te deu, pra dar rítimo nas notas Baixo. Lembra que polegares opositores foram feitos pela natureza em processo de seleção natural, porque seres com rítimo sobrevivem muito mais fácilmente ao meio, segundo cientistas desocupados da Vila Isabel. E depois, o acervo é grande, temos fácil acesso a ele. Nesse sentido, passamos na frente dos gringos. E acredite, muitos deles estudam nosso Samba pra desenvolver suas próprias ideias de forma ''não usual'', quer dizer o Samba pra eles é World Music, pra gente é cotidiano. Sim, isso faz a diferença no mundo da criatividade. De fora, a fora, nós aprendemos Jazz não é? Vivemos encontrando com ele, e o consideramos algo legal, por ser erudito, tiramos onda: ''Olha essa convenção de jazz que sei fazer!''. Porque não estudar o Samba? Olha o preconceito rapaz!

Todo guitarrista desdenha, mas todos, no fundo, sabem, difícil mesmo é quebrar a droga música. Afinal, já tentou fazer um squidum?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O cara da praça XV...

Já não é de hoje que mantenho uma relação estreita com essa parte do Rio. Tem gente que gosta da noite na Lapa, outros preferem a badalação do Leblon. Eu pareço interminavelmente preso a Praça XV. Quer, dizer, não vejo isso como ruim...

A primeira vez que saltei na Praça XV, tinha que encontrar uns caras pra montar uma banda, e me sentia uma formiga, olhava a volta e não via nada, absolutamente nada de familiar. Mas, foi nesse dia que vi pela primeira vez o cara que tocava blues na saída das barcas. Eu tinha que encontrar os tais caras, mas a verdade é que podia ser em qualquer canto da Praça VX, eu tinha apenas que esperar. Fiquei horas, ouvindo e vendo, um cara com seus 48 ou 50 anos, tocar uma velha Fender creme plugada num Fender Twin como se fosse morrer a qualquer momento. Ele tinha um som com um cd backing track ligado, e uma estantezinha com seus CDs a venda. Eu não tinha grana no bolso... Mas, me repeti, algumas vezes dentro de mim, que se tornasse a vê-lo compraria seu CD! O que eu mais achava legal de tudo aquilo, é que ele não tinha público, ele tocava pra ele mesmo. Para outras pessoas, aquilo era parte da trilha sonora da Praça XV, similar aos gritos, falatório, batidas de carro e alto falantes das barcas. Mas, pra mim aquilo era mais que música. Uma guitarra no colo, um chapél no chão e um semblante abatido de só quem vive de música no brasil pode ter... aquele semblante de que as contas estão vencendo e o dinheiro não esta entrando. Mais do que isso, semblante de quem já perdeu alguns amores na vida, semblante de quem já abandonou alguém e foi abandonado por si mesmo. Ele não precisava dizer : ''É difícil ser músico...'' , ou ''Nasci no país do samba, meu blues não serve aqui....''. As pessoas diziam isso por ele, sem palavras, com gestos como ajeitar o cabelo, falar ao celular, chamar um táxi, sem sequer olhar pro velho guitarrista. O mais irônico é que ele tocava uma música que falava disso, de quão dispersas as pessoas passavam por ele, era uma das faixas de seu CD, na verdade. Vai ver essa é a forma original da música, poder fazê-la em qualquer lugar, a qualquer hora, com ou sem público. Eu tornei a vê-lo no metrô, na Carioca, Na central... Achava que a próxima vez que passasse por ele, compraria o tal CD, mas nunca comprei. Não sei quando o verei de novo, mas ei de comprar...